zerozerozero

quinta-feira, abril 29, 2004


take it easy my brother charles
take it easy meu irmão de cor


mas os livros que em nossa vida entraram
são como a sensação de um corpo negro
apontando para a expansão do universo


cantando no banheiro
berrando no chuveiro


venham, multidões.


Um dois três quatro cinco mil


ah, saco.


Em 1994, eu acessava a internet bravamente, num modem de 2400. Email era na linha de comando. Tudo era linha de comando, não tinha interface gráfica. Buscava informações em bibliotecas usando o Gopher. Fui o primeiro assinante brasileiro da Wired.

Meu primeiro número do ICQ tinha cinco dígitos apenas. Perdi a conta da quantidade de serviços online, softwares e equipamentos que eu comecei a usar antes de todo mundo e que depois viraram moda.

E agora esses putos do Google não me dão um Gmail. Um monte de gente que tem blog ganhou, eu não. Ao que parece, ganham os que atualizam muito ou que têm blogs muito visitados.

Então tá. Por puro interesse, esse blog volta a existir.


quarta-feira, abril 28, 2004


o blogger também é parte dessa história:

google + blogger + orkut + gmail

o plano perfeito


google + orkut + gmail

eu sei o que eles estão tramando. é o plano perfeito. e sabe o que mais? eu não acho que seja ruim pra mim, pra você, pra ninguém.

Outra hora eu explico, que agora tô na maior pressa.



quinta-feira, abril 22, 2004


beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee


hmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm


zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz


sexta-feira, novembro 07, 2003


Uma semana fora de sync

Dois dias enfiado numa mesma sala, com as mesmas pessoas. Dois dias inteiros, até a noite, até a exaustão. Durmo mal à noite. Durmo tão mal que mando um dormonid pra dentro em plena quinta-feira à tarde. Acordo quase de noite. É de manhã pra mim, mas não é pra mais ninguém.

Só que dormonid dá bode, dormir mal não é coisa que se recupere assim. Em poucas horas, a minha disposição, digamos, matutina, escorre, se esvai. Um dia inteiro se passa em poucas horas. Tenho o torpor de despertar, a cabeça boa, criativa da manhã, o bode de depois do almoço, uma certa excitação de fim da tarde, a cabeça meio zonza e cansada do fim da noite, o sono, afinal.

Ó, meu Deus, o sono, afinal.


domingo, novembro 02, 2003


A message I just sent to admin@fotolog.net:

Hi,

I'm user davidfmendes at fotolog. I wanted to upload a photo today. Browsed, chose the photo, hit submit. After quite a while, nothing happens. Well, that's typical fotolog server behaviour and I am used to it. It happens a lot when we try to post comments. Nothing seems to happen, so you clich "post" again and your comment does get added - twice. Usually when that happens at the upload page I hit submit again and get the message remind me I'm not gold so I can't post but one picture a day. I go to my page and my photo is there. So I did exactly like this again: pressed the submit button a second time, got the "not gold camera" message, went to my fotolog and... my new photo wasn't there. Decided to give the upload page a second try, but received a "not gold" page again. Tried reloading my fotolog, and curiously my new photo showed one time as second photo in the left side column. Reloaded again and it wasn't there, or anywhere.

Now I suppose you will respond to me it happened because of all of us users who do not pay and overload the system and bla bla bla. Well, let's try to think a little: why should one join a pay service that does not present itself as reliable one? Fotolog has been irritatingly slow and unreliable, giving timeout messages one out of three connections (and I'm on broadband). Why should one pay for a service like that?

Best regards,

David


sábado, novembro 01, 2003


FOTOLOG SUCKS. Numa boa, o conceito é ótimo, e quando funciona é uma delícia, mas o fato é que não funciona direito mais! quanto mais eles enchem o saco para a gente virar "gold camera" mais "timeout" a gente leva tentando entrar num flog, uploadar uma foto ou postar um comment. E aquela chatice que tu bota o comment, o browser gira, gira, e nada, pára. Tu num sabe se o comentário entrou. Clica "post" de novo. E descobre que acabou postando dobrado. Tá uma merda aquilo lá, e eles dizem que é culpa de quem não paga. Bom, mas aí é aquela questão do ovo e da galinha: quem vai pagar por um serviço que não está funcionando? bah, amadores, fizeram tudo errado, tinham um treco muito maneiro, ainda tem, mas não souberam negociar com a comunidade que eles mesmos criaram e nem dimensionar direito as necessidades de banda e servers para começar a cobrar os suados dólares da gente. Enchi, vou ficar um tempo sem dar as caras.


Para uma amiga nossa:

"EM MEMÓRIA DE ANA CRISTINA CÉSAR (1952-1983) Fotografias que evocam os 20 anos da morte da poeta carioca, cujo arquivo integra o acervo literário do instituto.

Instituto Moreira Salles: Rua Marquês de São Vicente 476, Gávea - 3284-7400. Ter a dom, das 13h às 20h. Até 29 de fevereiro. "


sexta-feira, outubro 31, 2003


Well, shit did happened, but not a big one. We had a minor problem with the credits, so we will have to insert them again next Sunday. Other than that, the film is finished.


Today, if nothing gets wrong, if shit does not happen, my short film "Nem as Mães são Felizes" will be finished. Thanks to the talent and help of a group of artists and friends such as Rodrigo Monte, Ana Bartolo, Flavia Guimaraes, Renata Baldi and Ana Amelia Macedo. Other people helped us a lot, the other actresses in the cast, the crew, people like Anna Azevedo and old pal Zé José who let us use her editing equipment, and those whose homes were locations (Afonso and Maria Teresa Fatorelli, and Mina and Bernard), well, a bunch of people. Thank you all.


quinta-feira, outubro 30, 2003


Ontem à niote eu tirei o Akira Kurosawa's Rashomon da prateleira do videoclube e assisti. Como eu pude passar tanto tempo sem ver aquilo?

O filme é bonito. E isso é o que me bastaria dizer, o que eu preciso dizer, o que eu não posso deixar de dizer.

A história é bacana, o treco das várias versões e coisa e tal. Mas o mais bacana, o que mais me deu tesão mesmo, foi a força de determinadas imagens. A construção de uma narrativa que gera, que torna viáveis, imagens graficamente fortes, dramaticamente fortes. Ações fortes dos atores, enquadrados sempre da melhor maneira possível.

Me deu muita vontade de fazer uma coisa desbragada, com gente descabelada, com arroubos e arrancos, mais umas diagonais e sei lá o que.

Tanto cinema que eu nunca fiz.


quarta-feira, outubro 29, 2003


a mais triste nação, na época mais podre, compôe-se de possíveis grupos de linchadores


Eu ando odiando o brasileiro. E sou brasileiro, claro, com tudo que isso significa. E acho que todo brasileiro devia odiar o brasileiro. Não os brasileiros, os outros brasileiros. Esses cada um já vai odiando mesmo, atropelando nos sinais e faixas de pedestres. O brasileiro precisa é odiar o brasileiro mesmo, o brasileiro cristalizado nessa forma boçal, cristalizado em incompetência folclorizada em criatividade, cristalizado em crueldade disfarçada de distração. Só quando o brasileiro tiver esse ódio intenso do brasileiro, só quando esse ódio for capaz de atentados suicidas, só aí teremos uma chance. Até lá, vivemos às vésperas da civilização.


Tô no taxi. Sinal rfechado, o carro parado diante da faixa. Abre o sinal, o motorista avança como se fosse largada de fórmula um, quase atropelando um cara. Já vi isso mil vezes, eu mesmo já fui o cara que quase é atropelado, mas não resito e comento. "Quase pegou o cara, hein?" O motorista responde: "o sinal abre, é para os carros, a ele é que estava errado". Sei que vou me aborrecer, mas respondo: "tá certo, vamos dizer que o pedreste estava errado. Ele merecia morrer por causa disso?" Vou poupá-los do diálogo desagradável que se seguiu.


Hoje fiquei sabendo que a história da lancha (ler três ou quatro posts antes deste, por favor) fopi o resultado de um militar ter mandado um soldado bêbado dar uma volta de lancha com os filhos. Os filhos do milico, não os do b~ebado. Acho que isso comprova de vez o que eu digo. Somos um povo irresponsável e cruel, e se o cara não se liga na segurança dos próprios filhos, imagina com a dos filhos dos outros. Somos um povo mau, cruel, e isso precisa ser admitido.


terça-feira, outubro 28, 2003


A frase precisa ser urgentemente atualizada. Devia virar "os incomodados que se matem".


Vocês sabem porque o Brasil é assim? porque aqui é a terra que inventou o mais escroto dos ditados, das posturas individuais diante do outro: a cultura do "os incomodados que se mudem".

A cultura brasileira é baseada inteiramente nessa frase mau-caráter.


Essa história das pessoas atroleladas pela lancha é o que há de mais brasileiro. Me dá um desgosto fudido. Não o fato em si. Quer dizer, o fato em si também, mas... O que acontece é o seguinte: vai se procurar saber se o homem tava bebum, se a capitania não fiscalizou sabe deus o que, e a parada vai ficar na conta da impunidade, da incompetência do brasileiro, e isso é injusto. Não que não existam a impunidade, não que o brasileiro não conviva com doses absurdas de incompetência. É injusto porque o problema é muito maior.

O problema é que somos um povo irresponsável.

O problema é que ninguém nunca pensa que possa fazer mal a ninguém e que isso seja errado.

O tempo inteiro, em toda parte, nós todos colocamos a segurança de todo mundo em risco, na maior irresponsabilidade.

É o cachorro brabo escroto sem coleira na praça cheia de criança.

É o jet ski na praia lotada.

É o ultraleve sobrevoando a praia lotada.

É o vagabundo que faz pega no Alto da Boa Vista.

É o puto que avança sinal.

É o desgraçado que dá tiro no meio da multidão.

É o administrador que vende mais ingressos do que cabe no estádio.

É o caminhão na contra-mão.

É a lama, é a lama.

Desses exemplos todos, o que eu mais gosto é o do filho da puta que leva pitbull pra passear sem coleira na pracinha cheia de crianças e velhinhos.


A minha filha, Clara, que nem ainda fez cinco aninhos, adora o DVD acústico da Cassia Eller. Canta "Quem sabe eu ainda sou uma garotinhaaaaa". Eu descobri isso por acaso. Tava no carro, ela no banco de trás começa a cantarolar alguma coisa que soa familiar. "Clara, o que é que você tá cantando". Ela repete e eu reconheço a música. Vamos cantando juntos pelo trânsito: "eu ando nas ruaaaas, eu troco cheques, mudo uma planta de lugaaaaar".


sexta-feira, outubro 24, 2003


Brincadeira nova. Quer dizer, nova pra mim, que eu sei que a parada existe há um tempão. É o Hollywood Stocks Exchange. Uma bolsa de valores de astros, filmes e estúdios. Você compra ações da Nicole Kidman ou do próximo filme da Disney, essas coisas. No meu primeiro dia como "investidor" ganhei quase cem mil dólares (a gente começa com 2 milhões, assim até eu). Já hoje perdi algum (quase metade do que tinha ganho). Besteirada, mais uma pra me ajudar a não fazer o que eu devo fazer.


quarta-feira, outubro 22, 2003


I'm so sad I won't get a directing job I applied for. It devasted me.


Almost forgot to tell you guys the real news of the week. I started working out at a gym. Or, to be more precise, I paid the first month at the gym and took a physical test. Actual working out was supposed to begin today but, eh, it didn't.


Tudo que eu queria era ganhar na megasena. Sério, não queria mais nada. Sei que não é um desejo nada original, mas o que é que eu vou fazer? como disse o outro, cansei de ser moderno, agora quero ser eterno.


I'm hungry. I'm sleepy. My eyes ache. I hate some people. I love very few others. There's a job I'm doing that is going to get terribly complicated, possibly screwed of, and there's nothing I can do about it. Soon I'll have to pick up my daughter and take her to the doctor. But it is me who need a doctor appointment, Clara is doing just fine now. It's wednesday, but I already wish it was Friday, no, not Friday, there might be this meeting on Friday. So I wish it already was Monday. No, not Monday. Tuesday? yes, maybe Tuesday. Where is the time machine?


segunda-feira, outubro 20, 2003


It's so hard to write. When you have to, I mean. It's easy and fun to write email, blog posts, anything of no $$$ value. Now, writing what people actually pay me to write is painful and I procrastinate that as much as I can, and even further. Now I have a deadline I should meet or else. And so here I am. Writing this, instead of that.


domingo, outubro 19, 2003


Escrevi um novo argumento em dois dias, na verdade duas manhãs. Quer dizer, sentei diante do teclado durante essas poucas horas, mas a idéia zanzou pela minha cabeça u tempão. Ficou bacana. Claro que, daqui a um tempo, quando o roteiro estiver escrito, isso de agora vai parecer uma boa porcaria. Mas escrever é assim mesmo.

Esse é um roteiro que eu queria que fosse dirigido pelo Bernardo Bertolucci.


Dois filmes ótimos em dois dias. Isso não devia fazer a felicidade de uma pessoa? na sexta, em DVD, "O Americano Tranquilo". Um troço. Michael Caine é um monstro, o filme é todo perfeito, ritmo,diálogos, me sinto banal escrevendo assim sobre um negócio tão bom. É um daqueles raros, raríssimos filmes que tem o sabor de ler um livro muito bom. Dura menos de duas horas, mas tem a duração do livro bom, reverbera, enfim, do caralho (como eu diria se fosse um cineasta pernambucano, ná Carbon dear?). O outro filme bom não é dessas transcendências todas, mas é também um assombro de tanto talento. "O Amor Custa Caro" (ótimo título em português para "Unbelievable Cruelty"), dos irmãos Coen. Não é dos grandes filmes deles, mas é com certeza a melhor comédia do ano, com lances de uma invenção incrível e um roteiro que é um rocambole.


dor no pé, taquicardia, dor de cabeça, ceratocone, sono, tristeza. e o pulso ainda pulsa.


não sei porque que de manhã/toda manhã parece um parto


sexta-feira, outubro 17, 2003


Eu quero dar aulas de roteiro, ou fazer script doctoring para quem roteiro iniciado mas não acabado, ou acabado mas não tão legal assim. Eu gosto de dar aula, gosto de fazer orientação de trabalho, faço isso bem. Se alguém estiver curioso, me escreva. Se quiser, dê uma olhada no meu currículo. Em princípio, isso é para quem mora no Rio, mas de repente pode se pensar numa maneira virtual de trabalhar, com messenger, icq, essas coisas.


quinta-feira, outubro 16, 2003


No metrô do Rio tem umas plaquinhas, em cima de alguns bancos, indicando que aqueles seriam assentos destinados a grávidas, deficientes e idosos. OK, tá ótimo. Engraçada é a maneira como isso estava escrito numa dessas plaquinhas:

"O Senhor não está proibido de utilizar esses assentos, mas lembre-se de que ... (seguia-se a enumeração das pessoas que teriam prioridade".

O Senhor. Legal eles avisarem a Deus que ele deve ceder lugar pras grávidas e pros idosos.


A impressão que eu tenho é que o processo geral de escrotização da mentalidade média do brasileiro atingirá novos e mais elevados patamares com o advento da novela "Celebridade".


sábado, outubro 11, 2003


Look how beautiful love is.
Found it at Opinion X: "My husband bought me a mood ring the other day. When I'm in a good mood, it turns green. When I'm in a bad mood, it leaves a big fuckin' red mark on his forehead."


Saiu livro novo do Sérgio Sant'Anna. Li tudo que ele escreveu, gosto da maior parte, e já andava saudoso. Pensei que alguma coisa sairia durante a bienal, mas neca. Agora, saiu esse "O Vôo da Madrugada", uma coletânea de contos. Já comprei, hoje começo a ler, depois eu conto.


Não tinha visto "Gangs of New York" nos cinemas. Muita gente falou mal, eu muito sem tempo, não vi. Acabei de ver em DVD. Gostei. Gostei bastante e nem mesmo entendi direito do que se falou mal. Não é um filme de ficção, propriamente, no sentido de um filme em que um personagem e seu destino nos prendem, nos conduzem, ocupam nossa atenção. Mal comparando, é mais como ler um bom livro de história do que como ler um romance. Isso aqui tá mal escrito, eu posso fazer melhor que isso, mas por ora fica assim.


sexta-feira, outubro 10, 2003


Para quem bebe demais. To the Man (or Women) Who Drunk Too Much.

This is a masterpiece, from this amazing blog called JOURNAL: "It's the secret of avoiding hangovers. Water and sugar. That's it. Here's the instructions:

1. Drink reasonable amounts of alcohol. Feel groovy. (Keep in mind that drinking too much alcohol too fast can make you too dead to feel groovy. Alcohol poisoning is no fun; It's scary. Believe me. And don't get in a fucking car. If you want to die, feel free to do so, but don't risk taking out some innocent family on the road.)

2. When you're ready to sleep, or when you're feeling like you might pass out, find a source of water.

3. Fill a glass with water and drink it.

4. Drink it, damnit.

5. Repeat steps 3 and 4 a few times. Force yourself. You might feel bloated, but do it anyway. Water is medicine in this case.

6. Once you have three glasses of water in you, eat a couple cookies. Or a small cup of ice-cream. Or SOMETHING small with a bunch of sugar in it. Don't overdo it, but you need the carbs to keep your blood sugar up while you're unconscious.

7. Force yourself to drink one last glass of water. 8. Urinate; Preferably in the toilet. Then, sleep. Voila. No hangover.

It should be noted that while the carb intake is important, it is less important by far than the water. In my experience, the majority of the ill-effects of a hangover are due almost entirely to dehydration. For those of you that tend to... Well... Puke; You must drink water afterwards. You need to actually go to sleep with as much water as you can handle in your stomach. Yes, this will make you wake up at some point to urinate, possibly a couple times, but you will be able to do so without feeling like someone is stomping repeatedly on your head.

If you pass out before you can drink the water, you have failed. You drank too much, and now you're screwed. If you happen to wake up at any point, and you are still drunk, DRINK WATER. If you don't wake up before the next morning, and you wake up with a hangover, you need to rehydrate. Drink warm water, slowly, and get some carbohydrates. Slightly warmed cocoa is good, but drink slowly, and as soon as your stomach is settled slightly, hit the water pretty hard. And then go out and get some really good Mexican food for breakfast. Mmmmm... Tacos.

If you don't wake up at all, you may be dead. Seek a professional diagnosis of your condition before taking any action. If you are suffering from death, you can skip the water thing... It won't help."


quarta-feira, outubro 08, 2003


This is genious, genious marketing. A weblog hosting service for the bad humoured, agressive, non-cofmormist or merely unpolite minds. If you need a servei to host your blog about things that suck or whatever, give deadjournals a try. Here is how they describe themselves:


"What is DeadJournal.com?
DeadJournal.com is a journal site (much like LiveJournal), but as you will quickly see, not all journals are apple pie and fruitcakes. Here is where you find the journals that nobody else wants to see, or even host.

We love pissed off people, if you're a pissed off person who hates incompetence, please sign up now!
"


I wake up and I feel like I should not get out of bed. Internet banking tells me money from they guys I'm working for did not arrive. And there are bills to pay. I get the car and go out. Car breaks. I have to call for help, wait in the middle of the street. Late, terribly late. I have things to do I don't want to do. I'm sleepy, tired, bad humoured as hell. My daughter wants to play. Let's try to be happy for a little while. There is no good reason to do anything now, except perhaps wish the day comes to and end, go to bed, sleep as much as possible.


terça-feira, outubro 07, 2003


Cara, depois dizem que xadrez não é esporte. Eu, pela primeira vez na vida, tive três partidas de verdade, sérias, em dois dias. Ontem joguei duas contra o Grande Mestre Ulf Anderson, o jogador mais forte que já encarei na vida. Perdi as duas, claro, mas foi muito bacana. Hoje, joguei pela liderança do torneio interno do Clube de Xadrez Guanabara, contra um cara que não perde há umas 10 ou 12 partidas. Comecei melhor, andei rondando o empate, mas acabei perdendo. E, depois de dois dias de jogos intensos, mas que não se comparam com partidas de alto nível, estou exausto. Adoro isso, adoro sentir que estouro os miolos assim. É uma delícia.


segunda-feira, outubro 06, 2003


Today, for the first time since I learned to play the game, at aroung my 6 or 7 years old, I'm going to play chess against a Grandmaster. It's Grandmaster Ulf Andersson, from Sweden. It's not a tournament game, of course, just an exibition, but it's a great moment to me. I'll do my best but please cross your finger so I do not to lose in a shameful way, ok?


domingo, outubro 05, 2003


Take a look at the post laura holder wrote to her sister. It's funny, touching and well written..


sábado, outubro 04, 2003


À Sombra das Chuteiras Imortais

Quem me conhece sabe que misoginia aqui passa longe. Mas tem um treco do mundo masculino que eu acho bacana e que não rola no mundo feminino. Apenas os homens são capazes de, mesmo aos 30, 40, 50 anos, entrar em suspensão da vida adulta. Tanto quanto eu sei - e adoraria que alguém me apresentasse uma contraprova - só homem é capaz de voltar a ser menino, de se interessar apaixonadamente, quando já adulto, por algo que os mobilizava quando criança.

Ontem, quase 60 homens, entre os 18 e os 50 e poucos anos, entraram nesse túnel do tempo. Pelo túnel que liga os vestiários ao gramado do Maracanã.

Eu e Rodrigo fomos os primeiros a chegar. A pelada oficial do Festival do Rio estava marcada para as 9h30, mas nós chegamos às 8h20. E logo foi chegando mais gente. Havia uma puta tensão quanto a se todo mundo poderia jogar. Falo por mim, mas pelo que vi e ouvi, vale pra quase todos os outros: a ansiedade era quase insuportável. Acho que muitos seriam perfeitamente capazes de chorar se no fim das contas não fosse possível entrar em campo.

Às 10h, começou a distribuição dos uniformes dos dois primeiros times. Rodrigo, que foi uniformizado de goleiro, se meteu nesse primeiro jogo. Marcelo, meu irmão do meio, também. Eu e André (meu irmão caçula) ficamos para a partida seguinte. De um lado, um time com camisas da Petrobrás; do outro, um time com camisas do Racing, da Argentina. Fomos todos os outros para a tribuna de honra roer as unhas até a hora da segunda partida.

Afinal, descemos para o vestiário. Passar por aqueles corredores feios e estreitos me fez pensar em quantos caras admiráveis passaram por ali, passavam por ali cotidianamente, como se não fosse - não era, para eles - nada de mais: Pelé, Zico, Junior, Didi, Garrincha, Rivelino... Me deu taquicardia e uma tensão entre abrir um sorriso bobo e abrir um berreiro porque ainda não estava certo que eu jogaria. Nesse momento, eu já tinha 13 pra 14 anos (e ao mesmo tempo tinha 100 anos, me via da altura da minha velhice avançada, me via fazendo a crônica daquele retorno do menino, do jogador de botão cujo time era uma seleção dos anos 70, com Zico, Cruyjff, Lato e Beckembauer).

A camisa do primeiro time do segundo jogo era amarela e azul. Feia pra xuxu, e não posso dizer que lamentei muito não ter entrado nesse time. A essa altura, já tinha posto os olhos na lista e visto que meu nome e o do André estavam no outro time. Qual seria o uniforme? A realização da fantasia não podia ser melhor. O nosso era o uniforme vermelho e preto, o manto sagrado do Clube de Regatas Flamento. Coube a mim a camisa 9, ao André, sortudo, a 10.

Gritos de "mengooooo, mengooooo" enquanto subíamos pelo tunel. Em campo afinal, corri para dar o pontapé de início da partida, temendo que nem conseguisse tocar na bola de novo. Acabei conseguindo. Sofri uma falta na entrada da área que o juiz Luis Carlos Feliz não deu, fiz uma meia bicicleta razoavelmente bem sucedida, e de resto corri - e depois andei - entre o meio de campo e a área adversária.

O resto do dia foi só isso na minha cabeça: joguei no Maracanã, com a camisa do Flamengo. Joguei com a camisa do Flamengo, no Maracanã. Tive reunião de trabalho, falei de roteiro e coisa e tal, mas importante mesmo - e as pessoas trabalhando comigo sabiam disso e certamente entendiam isso também - era ter jogado no Maracanã, com a camisa do Flamengo. Ter jogado, com a camisa do Flamengo, no Maracanã. Era só uma pessoa olhar pra minha cara mais de 5 segundos para eu mandar: "hoje joguei bola no Maracanã. E com a camisa do Flamengo. A oficial, das listras vermelhas e pretas. Sofri uma falta e dei uma meia-bicicleta". E para os mais íntimos eu confessava um pouco mais: que quase perdi a linha ao passar pelos sombrios corredores daqueles vestiários, ao lembrar que ali pisaram chuteiras imortais.


sexta-feira, outubro 03, 2003


Estou saindo de casa em direção ao MARACANÃ. Breve, fotos sensacionais do certame no meu fotolog. Declaração à rádio: "com certeza, tudo faremos pela vitória, o grupo tá unido, o professor orientou que eu jogasse alí pela direita..."


quinta-feira, outubro 02, 2003


Essa menina escreve bem. Saca o que ela pôs no blog dela:perhaps it is all done by angels with mirrors: "que o tom de diário é só uma ferramenta pra se livrar da falta de estilo duma iniciação com f for fake por puro desejo secreto que leiam e entendam, naquele esforço em deixar pistas sem parecer vulgar. cheio de sedução e convidativo, como uma casca de banana, que é pra cair e não esquecer mais. olhar com olhos de iniciado e ver que é teatro, já desmascarado pelo pessoa. deixando de lado o pensamento romântico-adolescente, de quem vomita e não limpa o chão, de quem escreve ao sabor de qualquer coisa e não revisa por ideologia, porque os tempos são outros e apago sentimentos apertando só um botão."


quarta-feira, outubro 01, 2003


Amanhã eu escrevo melhorzinho. Hoje, só drops.


Acabei de ver um filme bom. Um documentário, em competição no Festival do Rio. Chama-se Fala Tu". Muito bom.


Eu tô quieto, não tô nem reclamando nada. Ia reclamar com quem? mas tá foda ter filmado um curta há quase um mês e ainda não ter podido ver uma imagenzinha. Nem no tempo do negativo. Meus curtas feitos em filme, no dia seguinte tinha copião. A eletrônica às vezes passa a perna na gente.

Acho que o curta vai ficar bacana. Segunda-feira, se não houver nenhum imprevisto, a gente senta pra editar.


e tem mais:
fome, fome, fome, fome, fome, fome...


sono, sono, sono, sono, sono...


terça-feira, setembro 30, 2003


Update on my short film "Nem as Mães são Felizes": editing delayed for one more week because our editor, Renata Baldi, is presenting her documentary at Rio Film Festival this Friday. We also had some problems with importing the material, but things seem to be ok now, so editing will start next Monday. I suppose we will have the video cut one week after that. Film version will have to wait about two months, so I suppose it won't be presented before January.


Update on my documentary. We shot in São Paulo for a few days, during the Zonal Tournament. Some great stuff. I'll post some pictures at Fotolog as soon as I get a chance to see the material.


Estou vindo do Clube de Xadrez Guanabara, onde obtive a minha terceira vitória seguida no torneio interno. Acho que a primeira vez na vida em que ganho três partidas seguidas num torneio. Semana que vem, jogo pela liderança contra o cara que é o atual campeão.

Joguei bem. E fiquei bem feliz de jogar bem.


DESESPERO! quinta de manhã tem pelada no Maracanã e eu não chuteira!!!!!! não tenho como pisar o solo sagrado! alguém pelo amor de deus me empresta uma chuteira???


segunda-feira, setembro 29, 2003


Weird thing happening here. My posts don't get archived. Well, actually you find old messages in the archives, but they are copies from the ones here. Blogger, Blogspot, whoever administrates this doesn't erase old messages from the main page. There are sever month old messages around. No problem for me, but the page might get too heavy at people with slow connections. Any suggestion on what should I do?


O medo dos transgênicos. O medo dos celulares, dos fornos de microondas, da radiação dos monitores de computador. Sei lá o mal que essas coisas fazem. A verdade é que de alguma forma muito McLuhaniana estamos retornando a uma situação muito antiga: a de estarmos cercados por forças que desconhecemos, cujo funcionamento desconhecemos.

Lá na caverna (não a de Platão, a dos Neanderthais mesmo), eu tenho medo do raio que rasga o céu, da lua que se levanta no horizonte, do fogo que queima o mato. E invento deuses e espíritos, e lhes dedico danças e oferendas, para fazer sentido de tanta coisa inexplicável.

Quanto entendemos das coisas que usamos diariamente? quase nada. Quando não se sabe quase nada, se teme quase tudo. Os transgênicos são o raio que cai lá fora e reflete na parede da caverna. Até que um Benjamin Franklyn empine uma pipa na tempestade.


UM assunto que eu evito é esse dos transgênicos. Eu não sei praticamente nada a respeito. E até onde eu pude perceber, as maioria das pessoas também não sabe praticamente nada. Mas mesmo assim têm firmes e inflamadas opiniões, posições irredutíveis. Eu gostaria muito de ver um artigo razoavelmente coentífico que me colocasse diante de pelo menos uns dois ou três fatos. Porque a única coisa que eu percebo é uma vaga noção de que "pode fazer mal". Sinceramente, até prova em contrário isso se parece com o patético medo que as vovós têm de que seus netinhos peguem vento.

Não estou afirmando que os transgênicos são inofensivos. Só estou dixendo que não sei o que dizer, e que me parece que a maioria dos que têm opinião contrária à sua produção também não sabe. Até hoje, nenhum "anti-transgênico" que eu encontrei soube me explicar como, por meio de qual mecanismo objetivamente esse mal ocorreria.


quarta-feira, setembro 24, 2003


Sheri perde a linha:

"This extremely hot guy walked by the front desk this morning, and I did a huge double-take. Kind of like, say, an exotic bird or something flies by, and you just stop and stare all wide-eyed? Uh huh! Transfixed by his beauty, I said, "G-g-good morning!"

Smoooooth.

He smiled in pity, and said good morning. The look in his eyes indicated he is used to this reaction.

What? I couldn't help it! Not that many cute guys stay at the hotel. It's a real tragedy, if you ask me."


terça-feira, setembro 23, 2003


Essa vem da Renata: "Nenhuma das meninas daquela pseudo-banda chamada 'Rouge' sabe o que é Luxúria. Nem a jornalista que as entrevistou, pelo visto - não há nenhuma observação quanto ao verdadeiro significado da palavra. Observem as pérolas que elas responderam quando perguntadas sobre luxúria: 'Eu gosto muito de comodidade, de um ambiente limpo e claro. Imagino a casa dos meus sonhos: uma sala de dois andares com um piano de cauda e um bar, paredes e teto de vidro e de frente para o mar. Eu não vou chorar se nunca tiver isso na minha vida.' 'Eu sempre quis ter um carro na minha vida. Imagino eu chegando num lugar com um carrão, Óculos escuros, falando no celular e com um salto bem alto.' 'Luxúria pra mim, hoje, é ter um carro modelo Jaguar. Eu não esquento a cabeça com carro e não entendo nada, mas quando eu olho um Jaguar fico louca. É um carro que me atrai demais. Fico me imaginando dentro dele.' 'Eu tenho vontade de ter uma casa bem confortável com um estúdio para eu estudar e compor.' 'Tenho vontade de fazer uma festa com o tema medieval em que eu esteja vestida de princesa. Quero isso desde criança. Quis muito essa festa quando fiz 15 anos, mas não tinha dinheiro. Hoje, imagino que um dia possa haver uma razão para organizar uma festa assim.' E o que o Michaelis diz sobre Luxúria: 'lu.xú.ria sf (lat luxuria) 1 Exuberância de seiva, serviço dos vegetais. 2 Cio. 3 Corrupção de costumes, lascí­via, sensualidade. 4 Reg ch (Alagoas) Esperma, sêmen.' Será que elas já sabem que declararam que acham que carros e mansões são sensuais?"


segunda-feira, setembro 22, 2003


Foto publicada hoje no fotolog da Irene.

Uma das mais belas memórias que eu tenho é de ter visto um show de Tom Jobim no Arpoador e depois ter voltado praticamente caminhando pelas águas. Eram umas 6h30 da tarde e havia um banco de areia há uns 20-30 metros da praia, e boa parte do povo que assistiu o show voltou por ali, gente vestida, a água batendo nas pernas de uma fila de gente feliz. Naquele momento, Ipanema era só felicidade.





domingo, setembro 21, 2003


ai, que sono. vao começar uma semana daquelas. amanhã, trocentos trecos pra escrever. terça, outros trocentos (e meu jogo de xadrez, sagrado). quarta clara vem pra cá, e sabe-se lá o que vão me mandar escrever. de quinta a sábado filmando. ufa, já tô cansado. boas noites, senhoras e senhores.


Mudei o sistema de comentários (tava usando um que dava muito bug). Infelizmente, perdemos os papos antigos. Fico com muita pena de perder os comentários, e quem os escreveu, desculpe o mau jeito. Aguardo novos comentários de todos.

I had to change the comments system, because the previous one was unstable. Unfortunately, all ld comments got lost. I'm very sorry for deleting all the comments, but please, you people who posted here, don't feel erased from my virtual life. I'm looking forward for the new comments from everyone.


Scripts, tutoriais, java, javascript, t-shirts! tudo de bom para o seu blog, o seu browser, o seu tudo na internet - e free! exceto as t-shirts - você encontra nos Acme Laboratories!


sábado, setembro 20, 2003


You have to read a blog in which you find something like this: "On my way to a new job across country, I stopped at a friend's place in Montana for a night. She grew up with me in the old neighborhood. After a few beers, she told a story involving me, a pistol, and some poor guy's head. I was shocked, and had completely forgotton the incident. Was that really me? I suddenly I realized that I've got hundreds of stories like that, from growing up not exactly poor but still surrounded by guns, drugs and violence in a West-Coast city for a decade." (from Gangstories)


Angela achou esse relógio incrível. Angela found this incredibly cool clock.


sexta-feira, setembro 19, 2003


I was 15. It was in the Middle Ages, long before the web, long before you could find imported magazines in our newstands. It was 1977. That was exactly when I started to get a little interested in films that were a little different than those all my friends went to see. So, I decided to check out an Italian film I never heard anything about.. The Brazilian title of the film was "Tentação Proibida". Director, Alberto Lattuada - who happens to be a minor figure in the New Realism movement in Italian Cinema of the 50's, but I didn't know that in 1977 - starring Marcello Mastroianni and... and a young, 17-18 year old girl called Nastassja Kinski.

I'll never be able to describe the impact the beauty of hers had on my 15 year-old eyes. And she walked around during most of the film (if my memory is not playing any tricks on me) naked, sweetly naked, perfectly naked. The naked body of Nastassja Kinski was - I now confess - the first female naked body I saw in my life. And it was perfection, joyness, everything, simply everything.

If I was 15 when I saw "Stolen Beauty" I'd probably feel the same about Liv Tyler, whose beauty is of the same sort: fresh, free. In 1977 we didn't have the web, the Internet Movie Database, the imported magazines. But those were, in many ways, more generous times. The 15 year-old boy of today couldn't see Liv Tyler naked as I saw Nastassja Kinski. He could not develop a sense of perfection in the form of human flesh as accurately as I did.





Angela and I just saw Bertolucci's "Stolen Beauty". She had seen it before, I haven't. It is one of those films that's quite far from perfect, but for some reason is lovable, lovely. Won't you say anything about Liv Tyler? Can I? like I could. Like I could write that well, in English, or in Portuguese.


I read somewhere, some of my favorite blogs most likely, someone saying he or she could not imagine anything more boring than Sylvia Plath and Ted Hughes making love. Well, I can ge the point, but it looks like the guys who made the movie Sylvia think differently, as you can see from this photo I found at A Pink Panther:





Budapeste, o livro do Chico, parece um Kafka que tivesse lido o Calvino de "Se Numa Noite de Inverno um Viajante" e gostado muito. Ou um Calvino que quizesse fazer um kafka latino. E eu não falo em Kafka por causa do leste europeu que tem no livro desde o título. Tem humor de Kafka, na história dos jovens ghost writers que emulam em tudo o ghost writer protagonista. Tem Kafka nos sonhos do personagem. Tem Kafka nessa sensação meio pena que se tem do personagem que sempre vai perdendo oportunidades para que as coisas dêem certo, que vai se afundando mansamente.


The guy who makes this blog is a filmmaker doing a documentary about... blogs. Check out his website, it's a very interesting project.


quarta-feira, setembro 17, 2003


Um dia eu fui à feira e vi um alface despencar no chão, sobre uma poça d'água. O verdureiro pegou o alface e dava para ver que ele estava pesado e sujo. Tem horas em que meu cérebro dentro da minha cabeça é esse alface pesado, encharcado.


Agora, todos os editais de concursos do Ministério da Cultura dizem que os projetos, para serem apoiados, precisam falar sobre a diversidade cultural brasileira. Veja um exemplo:

" Serão apoiados 7 projetos, sendo 4 com orçamento de até R$ 600 mil e 3 projetos com orçamento de até R$ 800 mil, para diretores de primeiro e segundo filme, nos gêneros ficção e/ou animação, sobre a diversidade cultural brasileira. "

Não é engraçado? eu achava que o que falava da diversidade da produção cultural era a existência de filmes, livros, peças, shows de todo tipo. Ficando no caso do cinema, digamos que tivéssemos um universo de 5 filmes por ano. Se um deles for um filme absolutamente urbano, paulista, cheio de gente rica, outro fosse uma comédia passada na floresta amazônica, um terceiro fosse um drama sobre conflitos de terra no centro-oeste, um quarto filme fosse uma chanchada meio erótica e musical baiana e o último fosse a biografia de um alemão desbravador de Santa Catarina, não teríamos nenhum filme falando da diversidade cultural, mas o todo da produção cultura falaria exatamente disso. Seguindo a recomendação do ministério, teríamos cinco filmes sobre... o que? o que é a diversidade senão a soma de incontáveis pontos-de-vista diferentes.

Acho tudo isso um saco, uma besteira, uma baboseira populista, simplista, primitiva, atrasada.


Comprei o livro novo do Chico Buarque, "Budapeste". Compra de impulso. Tava no shopping, entrei na Timbre, vi o livro, li o trecho que tá na capa, comprei. Sei que vou ler voando, talvez hoje mesmo - furando uma fila imensa e interrompendo a deliciosa leitura do Cassavettes, que é um livrão de umas 400 páginas pelo menos.

Tem muita gente que implica com os livros do Chico. Tem gente até que fala em plágio. Bullshit, bullshit. Eu gosto do "Estorvo", com a ressalva de que acho o filme (que é todo defeituoso) melhor. E eu gosto muito do "Benjamim".


Hi all. I just added to my already too crowded left-side of this page a new and interesting link. It's a discussion page. Sometimes people have specific things to say about one specific post, so they comment on the post. But we could also have more general subjects, and this discussion space would be just perfect for that. Here is the link:
Discuss zerozerozero


Olá todo mundo. Acabei de adicionar à já entupida coluna da esquerda desse blog um novo item. Trata-se de uma página de discussão. Então, ficamos assim: quem tem comentário sobre um post específico, comenta no post. Para bate-papos e bate-bocas mais gerais, usem o...
Discuss zerozerozero


Em xadrez tem um ditado que diz que nada é tão difícil quanto vencer uma partida que está ganha. Fazendo um paralelo, nada mais difícil que escrever uma história que já está escrita - na nossa cabeça. Eu tenho umas idéias que me parecem tão claras e cristalinas na cabeça que chega a dar preguiça de escrever. E quando afinal começo, nem sempre consigo. No xadrez, muitas vezes você olha uma posição e avalia: "tá ganho, por isso, isso e aquilo". Muito bem, só que falta jogar até o final, e ganhar. Se a história estivesse tão clara assim, tão pronta, não seria difícil escrever. Uma história não está pronta se não está toda escrita, quando não se passa pela dureza de cada linha, pelo risco do tropeção a cada palavra.


terça-feira, setembro 16, 2003


Pornografia na Amazônia. Incrível, fantástico e extraordinário. Informe-se no B*Scene.


segunda-feira, setembro 15, 2003


This is from "Brukoworld": "Sometimes I happen to spend a lot of time doing something useless but coherent. Call it "project" is a way to justify the time I lose on this stuff rather than an indication of an actual mental scheming."

Spending a lot of time doing something useless but coherent could be my middle name. The very essence of most of what I've done (and of a lot of what I admire) in life.


Ótimo filme (ainda) em cartaz: "O Show Não Pode Parar". Ótimo mesmo, para não perder de jeito nenhum.
I've just seen "The Kid Stays in the Picture" and loved it. A film not to lose at all.


Essa foi mesmo ver o filme.

Valeu, Ultra, fiquei feliz da vida. Em companhia do Woody Allen, então.


Pegando jacaré in the brilliant laura Holder not com : "MEANWHILE, AT THE BEACH: 'Wow I totally caught that wave like. I love body surfing, yeah.' 'Yeah I saw that.... So why do you hold one arm out in front of you while you're like totally riding on that wave with your body, with the other hand back behind you?' 'That? Well yeah. See like, that's for hydrodynamics. Yeah. I musta learned that in Costa Rica, from like some surfers probably; definitely. You put one arm out in front of you like, like this see? See it keeps your solar plexus wide open, for rising high, up, up above the crest of the wave, to maximize rade-wiving hydrolocomotion. yeah. And the other arm, it stays back. Back by your side. To like increase the speed. The one hand out front, it's out there to guide you towards shore and... well the one that stays back has to like anchor you from flipping over. I'm, um, I'm pretty sure that's like exactly why.'"


What a cute thing to say. At madpony.com: "twice in this day i have been touched by death, and that's a lot of emotional chaos for a girl with a pink website to cope with."


Essa veio do A Pink Panther: "40-year-old Copo de Nieve (Snowflake), the only albino gorilla in the Barcelona zoo, Spain. Zoo specialists said that the gorilla was suffering from leather cancer and that his life expectancy is of about three months".
A falta que faz um filtro solar.


Um dia, tô em casa e a Ângela chega com uma geléia de morango. A marca da geléia: Doces David. Veja você! O nome já era bom o bastante, a gente nem esperava que a geléia fosse gostosa. Pois era, e muito. Ficamos fãs. Depois da de morango, foi a vez da de framboesa, depois amora, ameixa e maracujá (fora uma goiabada). Todas ótimas. Aqui no Rio, encontramos os produtos numa lojinha na Cobal do Humaitá. No site deles tem uma lista com outros pontos de venda, aqui e em outras cidades. Eu recomendo.


O assunto é a passeata pela paz em Copacabana. Imagina o seguinte: o bandido tá lá no muquifo dele, cercado de outros bandidos, drogas e armamento pesado. Tá enfiado num burado quente, no Complexo da Maré, no Turano, treco assim. Aí ele vê a passeata pela paz na televisão. Um monte de gente branca de camisa branca, artista de novela, coisa e tal. Segue a cena:

Bandido 1: Pô, aê, protesto contra a violência.
Bandido 2 (demonstrando espanto sincero): É mermo?
Bandido 1 (também sinceramente espantado): É. Nunca tinha me tocado que neguinho não curtia violência.
Bandido 2: Acho que devemos imediatamente parar de matar pessoas
Bandido 1: Puxa, eu nunca imaginei que incendiar ônibus com idosos dentro, fuzilar carros aleatoriamente e executar mães na frente de seus filhos menores de idade incomodasse tanta gente.
Bandido 2: Pois é. Mas parece que incomoda.
Bandido 1: Ah, ainda bem que o pessoal da Zona Sul deu esse toque, a gente tava mandando mal e nem sabia.


domingo, setembro 14, 2003


Achei esse micro-conto, escrito provavelmente há uns dois anos, na primeira página de um caderno:

O fio de sangue se enrosca à água e desce pelo ralo da pia. Uma mulher mostra a língua para o espelho. Mostra os dentes. Enche d’água a mão em concha. Bochecha e cospe a água. Não tem mais quase sangue na água cuspida dessa vez.

A mulher tem uma perna atrofiada. Está nua diante da pia, de pé sobre a perna boa, a perna murcha e uma muleta. Alguém bate na porta do banheiro. Ela não abre. A pessoa que bate à porta insiste. “Você vai se machucar, diz a voz, “deixa eu te ajudar”.

“Não deixo”, ela pensa, mas não diz. “Não deixo”, ela insiste em pensar e não dizer à pessoa que continua batendo na porta, do lado de fora do banheiro.

O banheiro é pequeno, e para chegar ao aquecedor com a perna murcha, perna boa e muleta, ela tropeça e dá topadas. Mas chega. Risca o fósforo e acende o gás. Mete a mão para dentro do boxe e abre a água. A pessoa lá fora insiste: “você vai cair, minha filha, você vai se machucar”.

A filha da pessoa que bate na porta senta na privada. O barulho da água e do aquecedor quase abafam as batidas lá fora. Ela toma fôlego e se ergue.

Entrar no boxe é uma façanha que ela realiza de cenho franzido. Enfim sob a água quente, a cabeça toda dentro da água quente, todo o franzido se dissolve. Num instante a água dilui a tensão em feixes e mais feixes de músculos retesados. Tensos, apenas os dedos das mãos, agarrados a uma alça na parede, de um lado, e à porta do boxe, do outro.

A tensão nos dedos se afrouxa. Ela escorrega e cai de bunda, baque seco no chão úmido de azulejos. “Caí de bunda”, ela pensa. Pensa e ri. “E daí? A bunda é minha”.


sexta-feira, setembro 12, 2003


Toda essa gente se engana, ou então finge que não vê que eu nasci pra ser o superbacana.
Hora de mudar o imood pra feliz.


Hoje, no bloggete da Angela:

"O tempo demora tempos diferentes. Todo mundo sabe. Uma hora na sala de espera do dentista é uma longa hora. Uma hora na aula de química são 3 dias. Uma hora sem fazer nada gostando de fazer nada num dura o tempo de olhar pro relógio e ver que já tá na hora."



O blog da semana, do mês, do ano, do século é o incrivelmente mau-humorado, hilário Catarro Verde. Reproduzimos aqui uma discreta amostra da verve do autor:

"Tava lendo sobre astronomia no Uol/Inovação. O Instituto de Astronomia de Cambridge descobriu que os buracos negros cantam! Oras, isso eu já sabia há muito tempo. E jamais gostei, digamos assim, do timbre. Nem da afinação.

Os astrônomos também lembram: "Buracos negros são regiões do espaço com tamanha força de atração gravitacional que chegam a sugar até mesmo a luz ao seu redor". Não que eu pretenda dar contribuição científica, mas conheci um buraco roxo parecido."

Atenção: esse não é nem de longe o melhor exemplo do que se encontra por lá.


A pearl from another blog,Venus im Pelz: "you know how there are real bloggers? who have layouts that are not variations on one prefab blogger code or another? and who write savvy political commentary and link to articles in the new york times and the guardian? these people sometimes have online stores where they sell their book and maybe tshirts and kitchen tiles and frisbees with their logo on it. powered by cafepress! i would love to be one of these people. not that i want to write savvy political commentary or start reading the news, but i would like to provide the world with t shirts with my little pink dress logo. of course since everyone who reads this blog is a boy in another country, that might be a little too femme. maybe i will go with the sue lyon. she's a classic."


Afinal, liberaram para exibição pública o genial curta-metragem de Glauber Rocha, "Di". Filmado em pleno enterro de Di Cavalcanti, o filme é gloriosamente anárquico. Até outro dia, só podia passar clandestinamente, ou no exterior. Eu me orgulho de ter sido um dos muitos que viabilizou exibições do "Di". Levei o filme para o festival de Kalovy Vary, na República Tcheca. Levei literalmente debaixo do braço.


Mandarin Design Daily:The MEG Blog is a collection of very practicals bits of advice on webdesign for bloggers. They focus on short lines of code you can copy and paste, small funny things to do with ilustrations (like coca cola bottles, for instance), tools and brief tutorials of stuff like css. It's cool. If I wasn't so lazy I would study it a little and make this blog look a little less dull.

Here is a little example of what they have (I just copied the code form them, as they suggest)


COCA-COLA SALAD

1 C Water
1 C Sugar
1 6-1/2 oz. Bottle Coke
2 3 oz. pkg Cherry Jello
1 C chopped pecans
1 6 oz. jar Maraschino cherries, chopped
1 16 oz. can pineapple, crushed





Mix water, sugar, and Coke in saucepan; bring to boil.
Pour mixture over Jello.
Add pecans, chopped cherries, and pineapple.
Mix well.
Chill until firm.
Serves 6


The blog called Ass Be Gone, if I did really understood it (some times women's webloging is a little bit hard to get), is the well humoured, ilustrated effort of two women to keep track of their ongoing fight against fat.


O trabalho braçal que estou fazendo é o de revisar meu (colossal) arquivo de bookmarks. Ele é realmente imenso. Vem sendo colecionado há bastante tempo. Veja só: eu tinha uns links no browser, provavelmente Netscape 4. Um dia importei aquilo pro Yahoo Bookmarks. Depois juntei, no mesmo Yahoo, com os links do Explorer pra Mac que eu usava no trabalho. Mais ou menos um ano atrás, importei tudo isso do Yahoo pro Explorer 6 aqui do PC de casa. Acontece que eu não consigo usar muito tempo as tralhas da Microsoft (tenho alma de beta tester, não posso ouvir falar em software concorrente, novo ou obscuro). Passei a usar o Netscape 7 (que automaticamente importa os "favoritos" do Explorer, que por sua vez eram aqueles do Yahoo, que por sua vez... você não se perdeu, né?). O Netscape 7 é lindo, mas meio lento nessa minha máquina. Botei o Opera. O Opera importou tudo, claro. Fiquei usando Opera um tempão, todo feliz. Ele é ultra rápido, cheio de truquezinhos que são maneiros e fáceis de usar. Aconteceu porém que o programa de email do Opera me fez um falseta, apagou umas mensagens que não podia. Eu poderia voltar a usar o Eudora para mail e ficar com ele só de browser, mas não deu, fiquei afim de novidade. A í descobri o Mozzila. O Mozzila é, na verdade, a versão open source do Netscape. Acaba sendo melhor porque é atualizado com mais frequência. Na página do Mozzila descobri um treco que é a minha cara. Um, não, dois: o Mozzila Firebird (browser) e o Mozzila Thunderbird (email client). Bonitinhos, ultra rápidos, leves, open source, e (o Firebird) com o melhor sistema de proteção contra janelas pop up que eu já vi. Lindos os dois, adotei, escolhi skin, tô usando. E,. naturalmente, importei pro Firebird os favorites-bookmarks whatever you call it. Tenho navegado muito, e colhido montes de outros endereços (especialmente de blogs, fotologs e xadrez).

Resultado, minha coleção de bookmarks é tão imensa que eu precisaria de um searcher para usá-la.

Estou nesse momento organizando, limpando, varrendo, faxinando, dando um jeito naquela zorra. E, à medida em que for achando coisas legais, boto aqui. Falou?


Tá mal escrito pra cacete esse treco aí embaixo. Mas a idéia dava um post legal, eu sei que dava. Escrever tem isso de chato, tem dia que você não manda bem de jeito nenhum. Escrever é difícil pra caralho. (excuse my French)


Então os anos 80 estão voltando. Ok, no problem. Já inclusive falei do assunto aqui nesse blog (scroll down, please). A questão que me ocupa agora é outra: daqui a pouco, faltarão décadas.

Não sei dizer quando o conceito do "retrô" passa a existir. Sendo basicamente uma idéia cretina, deve ter sido coisa da minha geração, nos anos 80. Mas um pouco antes disso, embora de forma ainda desatrelada da indústria e da publicidade, pode-se dizer que na (contra) cultura dos anos 60 podia haver alguma coisa do espírito libertário dos anos 20. O gosto pelas vanguardas, o formalismo etc. e tal. Essa onde teria durado (se houve de fato) até perto do final dos anos 70.

Nos anos 80, inventamos de brincar de Humphrey Bogart e/ou de Bela Lugosi. A onda eram os 50. Isso durou até o final da década, mais ou menos.

Os 90, tanto quanto eu sei (nessa época eu andei muito distraído), começaram com caras-pintadas, Claudia Abreu na televisão fazendo "Anos Rebeldes" e figurinos sixties logo começaram a aparecer nas ruas. Caetano fez a música "Cinema Novo" e não sei que loja inventou umas camisetas gigantes com cartazes de "Deus e o Diabo na Terra do Sol". Isso não durou até o fim da década/século/milênio. Em 99, 2000, já rolava a onda Simonal. Eram os 70's de Boogie Nights.

Três anos depois, essa onda já acabou. Quer dizer, no mainstream continua, é só ver os comerciais da Motorola e o pilotis da PUC. É claro que se alguma coisa já chegou a ser preponderante nos comerciais de multinacionais e nas universidades patricinhas, é sinal de que já não está com essa bola toda.

Quanto tempo irá durar a onda 80's? Não cheguei a plotar os dados em gráfico, mas duvido que emplaque o segundo semestre de 2005. Assim sendo, em setembro de 200 estaremos vivendo o revival dos 90's. Que será substituído em menos de um ano por... o que?

Imagino que logo teremos ondas revival de meses. Ah, agora tá todo mundo numa releitura de março de 2001. Mas isso já está passando, quente mesmo é abril.


Meu direito de ir e vir está violentamente comprometido. Eu que gosto de andar por aí. Ruim da cabeça e doente do pé, queria ir e não vou, queria perder tempo, e não perco do jeito que eu queria. E os dias vão passando.


quarta-feira, setembro 10, 2003


Ontem teve a pré-estréia carioca do "O Caminho das Nuvens". O filme estréia, nas principais cidades brasileiras, na próxima sexta. Eu escrevi o roteiro - é o meu primeiro roteiro de longa a finalmente chegar às telas - e estou bem feliz com o resultado. O filme se parece com o que eu escrevi. Se é que eu me lembro bem do que escrevi. O processo todo é tão longo. Tudo começou em outubro de 1998, quando o Vicente, diretor do filme, teve a idéia de contar a história real de uma família vindo de bicicleta do nordeste. Luiz Carlos Barreto gostou da idéia, e disse para ele arrumar um roteirista. Ele me indicou, e em dezembro começamos a trabalhar. Durante três meses, fizemos pesquisa. Depois, mais de um ano de redação do roteiro, uma interrupção de alguns meses, depois outro trabalho de finalização. No fim das contas, o roteiro, iniciado em 99, só ficou pronto mesmo em 2001. Pronto e bom, modéstia à parte. Com ele, fomos finalistas do Sundance NHK Latin America, classificamos pros Manheinn Meetings, fora mais uns prêmios menos cotados. Dois anos depois do roteiro ficar pronto, o filme estréia. Agora, estou escrevendo outros roteiros. Pensar que vai levar um tempão antes deles virararem filme dá uma certa canseira. É uma vontade decisiva de escrever e filmar os meus próprios, à minha maneira, o mais rápido possível.


Are you in the Toronto area? go see "The Middle of the World" at the Toronto Film Festival, tomorrow, 9/11, 9:30pm or Saturday, 9/13, 9:30am. Why? because I wrote the damm thing! It's my first feature film script to reach the screens.


I won't be able to start editing my short film befoire the 20th of September. Editing equipment not available before that. I'm not sure I can handle all this suspense!


terça-feira, setembro 09, 2003


Um dos melhores livros sobre cinema que eu já li, se não for o melhor, é o Hitchcock-Truffaut, série de entrevistas com o cineasta inglês, conduzidas pelo cineasta francês. A única edição brasileira do livro, uma belíssima edição por sinal, saiu no começo dos anos 80, esgotou-se em pouco tempo e nunca mais foi editada. Não se acha, nem em sebo. E, desgraça maior de todas, eu não tenho um exemplar! a vida assim é muito dura. Aquela edição é mais legal, em termos gráficos, mesmo que a edição americana. Ó mundo cruel.


Agora estou afim de encher esse blog de todo tipo de gadgets babaquices. Botei o imood, que já deve ser a maior de todas as babaquices inúteis. Tá aí do lado, e reflete o meu estado sonado de hoje, depois que um vendaval me acordou às 15 pras 6. O que mais? sei lá, vou sair catando por aí. Quem tiver sugestões de babaquices inúteis (ou não) instaláveis num blog, deixe seu comment. A casa agradece.


Second worst moment in the life of a screenwriter, after the approaching the deadline moment: the waiting for feedback moment. Can you believe I wrote like a madman all day long since Sunday and the guys didn't return to me, like, imediately? because they should have done so. why do they sleep instead of reading what I wrote and commenting it, and loving it and saying, hey david, get some more money, you're such a genious.


segunda-feira, setembro 08, 2003


Aberta a temporada de caça. O Ministério da Cultura abriu concursos para desenvolvimento de roteiros, documentários e curtas-metragens. Documentário, mole, vou inscrever o projeto do Mequinho. Roteiro, tenho que inventar uma história. Na verdade, eu já tenho uma ótima, mas acho que não encaixa na onda variedade cultural. Classe média não é variedade cultural.


Oh, and last but not least, world's number one Garry Kasparov will play a 3-D version of Fritz, the number one chess software, in a huge event in New York City to be broadcast by ESPN.

Meanwhile, I do my best to make my documentary about Mecking.


Last Saturday, chess world's woman vice champion Alexandra Kosteniuk played a simultaneous exibition - that is, she alone played against a number of opponents at a number of different chess boards, something good playes do - against opponents that were at different locations in Amsterdam, all of them using their cell phones to transmit moves to a big screen in the room where Kosteniuk was. Here is a picture of the event.



In Europe, more and more events connect chess and high technology. In Hungary, two teams of grandmasters played against each other with the help of broadband internet conections and huge databases of games. More and more, chess and technology blend into some sort of techno show.


Well, work done. Now let's the feedback. And the next deadline.


deadlines, deadlines, deadlines, one day one of them you kill me


Here is something not to miss: the small world project. I entered and am already trying to connect with a few completely unknown persons.


New set of characters, new idea, new director, a whole new situation and the same deadline: tomorrow afternoon. I have to write well and fast, get a feeling from I guy I didn't even knew 48 hours ago, about characters I don't know quite well, and write a synopsis. Piece of cake. The big question is what am doing posting here instead of writting?


domingo, setembro 07, 2003


Depois lembrei de Blue Velvet, e imaginei um tom de pesadelo para o final. Tomara que o diretor goste. Escrever para os outros tem isso de bom, a gente não fica com a última palavra.


Tô desde de manhã às voltas com um problema num roteiro que estou escrevendo. De repente, botei um personagem dentro de um carro, buzinando para pegar uma garota. O cara não vale nada e a garota tá louca por ele. Escrevi isso e vi Belmondo em "Acossado". Isso me deu uma idéia. Que tal uma arma no porta luvas? Angela leu e sugeriu uma mulher invadindo a casa da garota. Boa idéia. A girl and a gun. A film is a girl and a gun. Now I have both e o roteiro volta a andar. Mas, eu lembrei no Belmondo porque escrevi a cena ou eu escrevi a cena porque já ia me lembrar do Belmondo?


Cute chess girls:


On the left are of this blog, you will find the last pictures I posted at Buzznet. Well, if I am able to insert it in the blog template, of course.


Atenção: tô postando fotos do meu curta num novo endereço: Buzznet!

Attention: now you find photos of my short film at Buzznet!


Cassavetes talks about the actor in the movies:
"Nobody defends the actor who has to put the character on the screen. I don't defend the actor because I love the actor. I defend him because I know that without him I'm going to look like an idiot, and with him he's going to make me look like a genious. I want to get the live emotional truth across, and you can only do theat by giving the actor his head to live his part and create it as he goes along."


sábado, setembro 06, 2003


Everytime I am working on a new film project - not the ones people pay me to do, no matter how good those projects are, I mean the very personal ones, the ones I do because I want to - so, back on track, everytime I am working on a new film project I choose a book, by or about a filmmaker, to read while I plan, think, shoot and edit the film. During the time I did my first short film, I used to read "L'Atelier d"Alain Resnais", a beautiful collection of interviews with the regulars in the Resnais film family: a few of his regular actors, his favorite screenwriter, photographer, script girl, editor. The interviews were deep accounts on their professional relationships and work methods. One of the best books about moviemaking that I have ever read.

The one I am reading now, and that will always be connected to this moment, to the making of the short film I finished shooting yesterday, is "Cassavetes on Cassavetes". The book mixes interviews with director and actor John Cassavetes and texts written by Ray Carney from research. I'll post here my impressions on it, alongside with some quotations. It's a great book about a great character.

It's actually the second time I try to read this book. In the first try I gave up because I simply hated Cassavetes as portraid in the book! Now I am reading it again, and I realize that, yes, the guy deserved to be hated, but the artist is interesting. It's a great book, with lots of inspiring stories about film, actors, producers.

More about it tomorrow.


É injusto chamar de videolocadora a Cavideo, aqui na Cobal do Humaitá. A Cavídeo é o menor centro cultural do mundo, e o mais vibrante do Rio de Janeiro. E isso não tanto porque lá você encontra filmes que não se acham facilmente por aí. A troca de informações dentro e em torno da minúscula lojinha abarrotada é incrível. Tem sempre cartaz de casting pra curta-metragem e estréia de vídeo underground. Frequentemente ambos acontecem - casting e estréia - ali mesmo ou nas redondezas. Encostado ao balcão, praticamente impossibilitando a escolha de pelo menos 25% dos filmes, você encontra bandas completas com seus instrumentos esperando hora de ensaio, trupes de atores, jovens críticos de cinema. Também é comum precisar interromper um acalorado debate entre seus atendentes sobre os méritos de Todd Solonz e P.T. Anderson, para ser atendido. Às vezes fico afim de me meter, mas tenho segurado a onda.

Além do movimento cultural espontâneo - fílmico e musical, principalmente, mas também teatral e até literário - a própria Cavideo gera seus eventos. No momento, está em cartaz uma mostra dedicada aos anos 80. Sim, os anos 1980, entre 1981 e 1989, sim: aquela época em que eu e a maior parte dos meus amigos tínhamos a idade dos atendentes da Cavideo e, na porta do Estação Botafogo, discutíamos os méritos de Almodóvar e Lynch enquanto vendíamos ingressos.

É primeira vez em que uma década na qual eu já era adulto é objeto de um revival. É bem estranho isso, aliás. Eu já tinha notado que a onda 70's estava passando. No mundo virtual, já há alguns meses havia claros sinais do interesse pelos anos 80. Sites de fotos e festas dedicados ao trash daquela década já são comuns. Mas o evento da Cavideo tem o efeito quase que de oficializar isso.

Tem mostra de filmes, teve festa (ou está tendo, acho que é hoje) e exposição de objetos, tais como Ataris, LPs e brinquedos "típicos". O mais curioso é o recorte de uma década feito por quem não a viveu. Quase que necessariamente, esse recorte do que há de bom e de interessante numa década é em grande parte muito diferente do julgamento dominante na própria época, pelos seus, digamos, "atores".

Nos anos 80, o que interessava eram os anos 40 e principalmente 50. Humphrey Bogart e sua capa. Oscarito e seu Otelo. A santíssima trindade do horror formada por Vincent Price, Peter Cushing e Christopher Lee. Líamos Dashiel Hammet e Raymond Chandler, depois de desenterrar Kerouak e Joe Fante. Ah, e amávamos despudoradamente Zé do Caixão e Zé Trindade. Naturalmente, da produção contemporânea interessava aquela que se filiava aos gêneros clássicos do cinema americano - o policial "noir", o western, o musical, o terror - fosse pela via da referência e atualização (caso de "Blade Runner" e "O Fundo do Coração"), fosse pela via da homenagem direta ("Hammet" é o exemplo mais típico) ou fosse ainda pela da sátira (como nas comédias de terror de Ivan Cardoso).

Os jovens aspirantes a intelectuais, a cineastas e a críticos dos anos 80 faziam um recorte dos anos 40 e 50 que muitíssimas vezes não coincidia com a dos intelectuais, cineastas e críticos... dos anos 40 e 50. O nosso entusiasmo pela chanchada é o melhor exemplo disso. O culto a "Casablanca" e "Gilda", que nunca entraram em lista de melhores filmes de todos os tempos antes de 1979, também são bastante exemplares. Os jovens intelectuais dos anos 40 e 50, tanto quanto eu sei, se interessavam por Orson Welles, pelo neo-realismo italiano, por Bergman, Dreyer e Kurosawa, e realmente não davam a mínima, quando não execravam abertamente, para o cinema de estúdio hollywoodiano e suas paródias feitas aqui pela Atlântida.

Então, gostávamos de "Rumble Fish" e de "Fome de Viver". Mas o que está na exposição e na mostra da Cavideo é bem diferente. O destaque, por exemplo, é uma retrospectiva das comédias adolescentes de John Hughes. Eu, que sempre gostei muito de "A Garota de Rosa Choque", me senti pessoalmente homenageado. Mas é engraçado se ver numa completa inversão de posição. Eu agora sou o que aqueles jovens dos anos 40 e 50 eram para nós. Alguém que não sabia ver o que de fato era bom no seu tempo.

Será que conta alguma coisa eu dizer agora, em minha defesa, que fui dos primeiros a achar "Blade Runner" superestimado, e certamente o primeiro de todos a declarar publicamente que o chamado (por mim mesmo, aliás) "cinema referencial" - aquele feito essencialmente de citações de filmes e gêneros clássicos, tipo "A Dama do Cine Shanguai" - era um treco estéril, bobo, besta e chato?

Confesso, morro de curiosidade para ver o que, daquele tempo, esse povo vai resgatar. Do que vão rir, o que vão imitar. Só espero, sinceramente, que não sejam os cortes de cabelo.


quarta-feira, setembro 03, 2003


I am little bit hysterical. There's shooting tomorrow for the short film. My daughter wants attention. People who hired me to write want me to - guess what - write. I have to do every little thing right. Shoot, take care of daughter, write: no mistakes, no mistakes at all.


terça-feira, setembro 02, 2003


I hate the telephone. I hate to make phone calls. If it is something I can get set by email messages, oh, how happy I am. I can fix a peace treaty for the israeli-palestinian imbroglio if email is all that's needed. But if phone calls are needed... I can't even fix a doctor apointment. I have phone calls to make and I procrastinate all day long. Here I go. Look, I'll make the phone calls. Hey, just a minute, I have to pee first.


Quando lançaram "Femme Fatale", do Brian de Palma, com Antonio Banderas, eu pensei: não vejo. Banderas, pós-almodovar, é certeza de porcaria. Dá até vergonha de entrar no cinema com cartaz de filme dele na porta. A assinatura de Mr. De Palma nunca foi certeza de nada também. Ignorei. Quando o filme pintou nas locadoras, deu uma certa tentação de pegar. Lembro vagamente de ter havido quem dissesse até que era bom. Angela pegou o DVD ontem, afinal, e à noite, encaramos. O início é até legal. Depois não. Depois piora. E piora e piora até que chega. E então, sem nenhuma intenção de ser engraçado, brotou-me nos lábios uma expressão: "esse filme é um triplo peido". A expressão veio assim inteira, como uma revelação.


segunda-feira, setembro 01, 2003


I find the following text on a blog, after a search for chess films (other than mine):

Man vs. Machine


Garry Kasparov, chess grandmaster, faces the arduous Deep Junior in the One Million Dollar Chess Championship. Deep Junior, three-time world champion, won the last official world chess championship for computers in July 2002, in Maastricht, Netherlands, against 18 other machines. Deep Junior has the calculating power of 3 Million positions a second, compared to Deep Blue (who defeated Kasparov in 97) who could only calculate 2 million positions a second. The 6 game chess match is at its 5th game today! with the series tied at 2 points to 2 points (a win apiece and two ties). For the series summary go here. For a brief history of man vs mechanical chess go here.


Stephen Hawkins claims man's status as evolutionary bigwig is limited and that we must make allies of computers. Perhaps he saw 2001 Space Oddessy and thought it was a documentary. Perhaps. Perhaps Kasparov will lose and the human mind will no longer dominate chess. Perhaps. But where is Bobby Fischer? Our nation turns its lonely eyes to you...


Experimenta contar para um garoto de oito anos que quando você tinha a idade dele não existia controle remoto. Que você precisava levantar de onde estivesse e fazer toc-toc-toc num botão para mudar de canal, e fazia-se esse esforço para escolher uma entre, deixa eu ver, três ou quatro opções. Não precisa dizer a ele que a TV era preto e branco e que não tinha vídeo. Só a ausência do controle remoto e a miséria de opções bastarão para que você veja nos olhos dele o que eu vi nos do meu sobrinho: dó, incomensurável dó.

Mas hoje eu não sou mais um pobre diabo. Eu tenho o poder, eu tenho TV a cabo e controle remoto. Esparramado na cama, exerço meus direitos. Por perto, sem prestar muita atenção á Tv ou muito menos a mim, o filho da minha namorada – esse tem cinco anos e eu nem ousaria tentar explicar a ele o mundo pré-histórico em que fui criado – brinca com um trem. De trilho, como ele gosta de frisar: “trem de trilho”.

No GNT, pego um bonde pelo meio: homens e mulheres, ingleses de britaníssimo sotaque, falam alguma coisa sobre homens e mulheres. Uma mulher, fresca como só uma inglesa e ainda por cima rica pode ser, diz que já foi a show de strippers masculinos e não gostou porque são todos anabolizados e, aparentemente por isso, fedem a queijo. Escutar aquela mulher dizer que eles “smell like cheese”, alongando um “ee” de desprezo, me prendeu ao programa do qual já pretendia me descarrilar.
Quem fala em seguida é um homem. Não sei quem é, mas sei que é culto e inglês e tem aquele senso de humor das pessoas cultas e inglesas. Ele diz que, sim, as mulheres foram durante séculos e séculos tratadas como seres intelectualmente inferiores, que não deveriam cansar suas cabecinhas lindas com problemas. Isso era obviamente incorreto e injusto. Mas o que vemos hoje é um mundo em que o discurso dominante é o de que a mulher é um ser sensível, inteligentíssimo, refinado, preocupado com a defesa do meio-ambiente, das crianças e da paz, enquanto o homem seria mais ou menos uma besta-fera interessada tão somente em cerveja e futebol. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, seria o arremate perfeito, se o moço culto falasse português. O papo tá bom, mas eu quero usar o controle remoto.

A próxima estação é a RAI. A televisão italiana é incrível, tem sempre uma mulher linda de um metro e oitenta ao lado de um homem barrigudo de um e sessenta. Sempre, não, porque tem horas – não sei bem quais, vai tentar decifrar a programação deles na Internet – em que passa um programa chamado “Beato tra le Donne” que foge completamente desse padrão. Nele, são dúzias, dezenas, incontáveis mulheres lindas, lindas de dar raiva, e um apresentador, com pinta de galã dos anos 70, que fala com um cachorro. E o cachorro responde.

Pois bem, e de que trata “Beato tra le Donne” (“Feliz entre as Mulheres”)? Um grupo de rapazes disputa alguma coisa (desculpe, mas não entendi o que), e a cada rodada precisa exibir algum talento e ser julgado não só pela legião de boazudas no palco mas também pelos espectadores, que votam usando torpedos SMS dos seus celulares. As provas são muito rápidas, porque o que interessa é o que se passa entre elas: o momento em que os boys são julgados e um deles é eliminado. Eles ficam em fila e as mulheres lindas, de biquíni, passam diante deles, rebolam, se insinuam, fazem cara de nojinho pra uns e pra outros até que empurram um dos caras dentro da piscina e o eliminam da competição.

Lembro dos ingleses e sua discussão sobre homens e mulheres, razão e sensibilidade. Vendo “Beato tra le Donne” fica tudo muito claro. Homens ou mulheres, a maioria é mesmo estúpida e boçal como esse programa italiano vazio, bobo, cretino, que só não é pior que os game shows brasileiros porque pelo menos não incita à violência ou à humilhação dos pobres, dos gays e outros suspeitos de sempre.

O programa é boçal, mas as mulheres são tão lindas. O programa é vazio, mas as mulheres são tão lindas. Olho para o lado e o menino não está mais brincando com o trem de trilho. Ele está de olho vidrado na TV. Ele só tem cinco anos, mas aquele organismo ali já está programada para pelo menos intuir que certas coisas conseguem ser mais fascinantes que um trem. Mesmo que de trilho.


Os livros na minha casa estão um caos absoluto. São muitos, embora bem menos do que eu gostaria de ter. Como arrumá-los? Por ordem alfabética de autor? Sim, por que não, mas... bom, não é muito do meu feitio, e nem acho que seja, para ser bem sincero, do feitio dos livros. Se assim fizesse, colocaria possivelmente Milton Hatoun e seu “Dois Irmãos” ao lado do “Breve História do Tempo”, de Stephen Hawkins. Não consigo imaginá-los se falando. E o seguinte na prateleira talvez fosse Nick Hornby e suas simpáticas crônicas dos londrinos de 30 e tantos anos. Nada a ver.


Cara-de-pau é defeito ou qualidade?


domingo, agosto 31, 2003


pequeno ser sádico, a minha filha. tô aqui me divertindo no computador, postando em blog e fotolog como se tivesse 14 anos, e ela com os cdzinhos da Ninoca, do Coelho Sabido, dos Livros Vivos, pedindo "quero jogar, papai", "papai, sai daí e bota o joguinho", "toma papai, bota o joguinho". criança não pode ver a gente sossegado!


AMAZING ACHIEVEMENT!
Yesterday I played at a chess tournament and got my best result ever! It was a rapid chess (21 minutes per player per game) tournament in five rounds. I got 3 points out of 5 possible, which gave me 7th place overall. Better than that, I was C Class #1! I got two draws against players of rating 2250 and 2080, won two against other class C players and my only loss was against a 2050-rated player. As a result, I got a medal and, believe me or not, a check (bank check, not chess check)! It was better than being finalist at Sundance-NHK Award!


Shooting for the short film finally schedulled. We'll shoot all of it on two days and three locations next week. Cast, crew are ok, equipment might be (not sure). I don't know if I should rehearse a little more with a couple of actress which are not quite there yet. I'm tempted to solve their acting problems directly on set, through the eye of the camera, so to give sharper directions ((and hopefully get sharper results). "Lower the tone a little", "look slightly to your right". Intructions like those are less stressful and often more efficient in film than "she is a little bit scarcastic, but still offended" or the likes. Of course, that varies from actor to actor.


O Rock Bola é a salvação da lavoura quando você está metido nos engarrafamentos nojentos das 8 horas da noite. São cinco caras comentando futebol com apelidos jocosos para os jogadores, técnicos e cartolas, e ruídos demenciais pontuando as falas uns dos outros. Melhor, só bêbado.


Chego (atrasado) para a edição de um vídeo encomendado por uma instituição científica. Sou o diretor e estou feliz porque o trabalho está ficando legal. Vamos gravar a locução. Não conheço o locutor, nos apresentamos rapidamente, e gravamos. O cara é bom, o texto está ok, gravamos num instante. Tudo ótimo, o locutor vai se despedir do Pablo, o editor, e eu ouço algo como "escuto sempre o seu programa".

Nunca gostei de rádio. Nem tenho rádio em casa, e quando tive, não ouvia. Só tenho rádio no carro, mas na maioria das vezes você liga e é só desgosto. Mas por educação pergunto ao cara qual é o programa que ele faz. "Eu faço o Rock Bola, na Rádio Cidade". Fiquei besta e mandei na lata: "Putz, o ROCK BOLA? Cara, eu sou seu fã!" O sujeito ri e eu completo com essa: "e veja que eu não disse isso pro Bernardo Bertolucci!".


sábado, agosto 30, 2003


Mas o melhor é não sentir nada. Esperar que tudo passe - o que é bom e o que não é - e não achar nada muito bom ou mau. Não querer nem preferir, não fazer questão, ser o mestre do tanto faz e do deixa pra lá. Só viver dentro da cabeça, só seguir por onde dá pé. Não dá pra correr mais riscos, não dá mais pra cair no chão. Eu já gastei sete vidas, e nem gato eu sou. Agora, é sobreviver e pronto. Minha filha me chama. Que mal eu vou fazer a ela?


The world some times is the second worst place to be, being oneself's own being, own body, the first, the one, the place not to be at all.


Eu queria ser o inimigo do povo, o inimigo do mundo, andar por aí entre ódios colossais, e não ser só um qualquer capenga. Não tem graça não ser mau, não tem graça não matar deliberadamente, porque de um jeito ou de outro se mata e se morre. Ao menos, que fosse de propósito.


sexta-feira, agosto 29, 2003


Esse meu computador tá pendurado na web em banda larga. Email chega toda hora - "enlarge your penis!", rá, como se eu precisasse -, Google e outras maravilhas da informação instantânea estão logo ali, assim como mil blogs com mil babaquices legais, o meu próprio blog para atualizar, montes de fotos bacanas no Fotolog, os servidores onde eu jogo xadrez ficam me tentando, enfim, um mundo de informação, diversão e... dispersão. Acaba que o meu computador é o melhor lugar do mundo para ter idéias. Um belo espaço para o exercício do ócio criativo. E até mesmo de algumas atividades criativas.

Mas não é o melhor lugar do mundo quando eu preciso me concentrar e escrever. Andei até tentando escrever a mão, mas não dá. Qualquer um que conheça minha caligrafia entende porque. Legal para escrever coisas mais longas, como os roteiros e projeto com os quais eu ganho o pão de cada dia, é laptop. E laptop desconectado de tudo, fora de rede, fora de órbita. No colo, na mesa de um café, na cama. Até dentro do carro, esperando um estacionamento de shopping abrir, eu já liguei computador e trabalhei feliz da vida.

Tenho dois laptops PC muito velhos e fora de combate que eu devia tomar vergonha e doar ao CDI. Até outro dia, eu usava um simpático IBook tangerina, mas dancei nesse uns meses atrás. Então pensei em catar um notebook usado, Mac ou PC, tanto faz (eu sou bilingüe). Entrei no Google e dei uma busca, primeiro pelo Mac: "IBook usado". E o oráculo me retornou, entre muitas outras coisas, o blog de (suponho) uma webdesigner e estudante de informatica. Me agradou primeiro a cara de pau da pessoa de usar o endereço renata.org. Depois, gostei da limpeza da navegação, sem uma ilustração besta, sem um ícone besta, sem um flash besta, sem besteira nenhuma.

O primeiro comentário no renata.org era sobre a tal polêmica que teria sido causada pela inclusão, na nova edição do dicionário Oxford, do termo "Brazilian bikini wax". Eu nem sabia que tinha gente contra, e não posso imaginar nenhum motivo para a reação que não seja um incurável complexo de inferioridade. É o outro lado daquela moeda que todos conhecemos, do brasileiro "reconhecido lá fora". Como bem observou a blogueira, não há registro de protesto por parte da chancelaria nipônica porque chamamos o processo de alisamento usado pela governadora Garotinho de japonês. E eu acrescento: por que nos envergonharmos pela invenção de um método que torna as mulheres mais gostosas?


Sempre ouvi falar que Lawrence Durrell era um escritor chato. Uma vez comprei um dos livros da tetralogia (não precisa dizer qual, ele só escreveu uma e meus leitores são gente culta, não são? bom, se não forem, busquem na Amazon) e achei chato mesmo. Só que era, e na época mesmo eu sabia que isso fazia muita diferença, uma tradução portuguesa. O que eu não sabia na época é que ter 20 e poucos anos também pode ser um certo handcap pra ler certos livros. Bom. Outro dia, tava num sebo, o do Espaço Unibanco aqui no Rio, e fui vasculhar a estante de livros em inglês. Tinha uns livrinhos do Henry Miller a preço de mariola. Comprei dois. Aí me deparei com um do Durrell, o "The Dark Labyrinth". Como bem observou Caetano Veloso, pode-se amar os livros de um amor táctil, e a edição do livro de Durrell era daquele tamanho que não é mais pocket mas ainda não é standard, com uma capa meio geométrica, sóbria e antiquada, enfim, falava ao pau do tal amor tátil. Peguei o livro, li o primeiro parágrafo. Gostei do primeiro parágrafo.

Se eu gosto do primeiro parágrafo de um livro, e se o preço não é nenhuma exorbitância, 2/3 das vezes eu compro o livro. Mas ainda tinha a memória do tal Durrell chato. Li mais. Gostei, comprei, sentei no café do Espaço, filei um vinho branco (ruim, claro) do coquetel de lançamento de algum livro (valeu garçom!) e li de uma vez todo o primeiro capítulo. Hoje, uns três dias mais tarde, só não acabei de lê-lo porque tô até aqui de trabalho. Ótimo o Durrell, chato sou eu.


Last night we had full cast rehearsals for the short film. Well, there's lots of stuff to work out with almost everybody, but that's is normal. One thing that is quite hard for the writer/director is to get used to the idea that things will not, at any rate, sound or look how you imagined it when you wrote the script. But the real challenge is not to force things into your vision. Sometimes, yes, you have to that enforcement. But most of the time, I believe, what a director have to do is find out what people have to offer and find out stuff that could do even better, or much better, than what he had in mind.


A minha namorada na cama dormindo. No banheiro, uma calcinha. Mulher na cama, calcinha. Faz um tempão que isso existe na minha vida. Tanto tempo que eu até esqueci da época em que isso não havia, a longa adolescência em que tudo era tão enrolado, e vivo como se fosse a coisa mais normal do mundo voltar pra cama depois de checar uns emails, me enfiar debaixo das cobertas - que tá frio no Rio de Janeiro - e pegar a bunda dela com a mão bem aberta. E ela nem acorda. A transcendência da bunda da mulher na palma da mão. Taí um treco pra jamais esquecer. E a palavra calcinha. A palavra calcinha é um doce quando você fala cafajeste, alongando na medida do possível o sílaba do meio, esse "ci" que dá pra sentir o gosto todo, e descansando depois no "nha", como se tivesse acabado de gozar.


Things I should confess, part 1: I should confess I really envy those people whose blogs are tremendously successful. That is, and it's a shame to confess, I'm suffering from high school syndrom: I want to be popular.


quarta-feira, agosto 27, 2003


I want to buy an used laptop, and I'd love it to be an IBooks, but a pc could do well too. Anyway, because of that need, I mean, desire, I did a search on Google for used IBooks. First result was from someone's blog. She is not selling an IBook, but the first post in her blog was about some discussion around the inclusion of the term Brazilian waxing or something in the Oxford dictionary. It seems that some Brazilian people got offended. Holy cow! is there a limit to our complex of inferiority? what would the French say about French Fries or French Kissing? It was good to find such a little bit of insanity when I was just looking for a computer.

Last but not least, I posted a comment there, in agreement with the blog owner that the discussion was incredibly stupid.


Shooting for "Nem as Mães são Felizes" confirmed for next Tuesday afternoon (externals) and Wednesday afternoon and night (interiors). Tomorrow, cast of six actress ranging from 14 to 85 year-old women, plus director of photography, producer, make up artist, wardrobe designer, everybody will be here. It's the first of that series of moments in which a director have to the only thing a director should do: answer questions. If only film critics new how decisions are made. Wardrobe person asks: "red or maroon?". You have no idea, so you say "red". It's so much fun, but you get real nervous. It's the closest you can get to play, while still calling it work, or it is the the closest you get to work and still call it play.


SUCATA! RASPAS E RESTOS ME INTERESSAM!

Tô atrás de um notebook usado! Adoraria um IBook, mas pc também serve. Se alguém tiver, me escreve. See ya!


Alguém saca alguma coisa de jogo do bicho por aí? se for fonte quente, por favor me escreva.


Não tô passando sem coca-cola. Nove e meia da manhã boto uma no congelador, pra começar a tomar lá pelas 10 e pouco. Se tenho que escrever, por exemplo (e tenho), a fissura é ainda maior. Tô com ela aqui do meu lado, a minha ampola de 600ml.


segunda-feira, agosto 25, 2003


Casting for "Nem as Mães são Felizes" almost closed. I still don't have Dora, the 55-60-year-old mother of Flavia´s character. Now some people call me about a very serious job. A screenplay for HBO. Ok, guys, I'll do it. "It should be in no time!" No problem, I write fast. And I write well. And they will love it, those guys at HBO.


sábado, agosto 23, 2003


Work on the documentary interrupted for a while as I started preparing to shoot a short film. It is called "Nem as Mães são Felizes" (sorry, no English title yet), it's going to be five minutes long and it is a chain of dialogue between women from the same family, the youngest being 14 and the older around 80 years old. We are in the process of casting it, and yesterday five girls auditioned for the role of Laura (the 14 year-old troublemaker). Two roles are already taken, Maria's (which is the main character), mother of Laura, will be played by Flavia Guimarães, and Joana, best friend of Maria (and the only person who is not from the same family) will be played by Andrea Cavalcanti.

I confess I love acting and the work with actors. I'm not such a technical personal, so I'm not so much inclined towards light, sound or even editing. I write, and I find it good, and I like to see my words come to life. Actors make my words come to life. At free moments, Flavia commented on her theater experiences and I almost confessed the envy I feel of theater directors, who deal much less with technical stuff. In a way, they are much more masters of their domain than film directors.

And after all I had a very good sleep at night, which I needed.

Soon I'll post pictures from rehearsals in my fotolog.


sexta-feira, agosto 22, 2003


I write very well in Portuguese. Not so in English. So what? what good does writing well do to me?


It's good to write in another language, speak in another language, because it is as if I was playing a part, a role, being someone else


the problem is, ideally, both plans would do me good, but only in the impossible situation in which both happen at once


another plan: stay quiet, keep cool, do one thing at a time, write good stuff, get a couple of good nights of sleep.


A plan: go to the airport, use my mileage, get lost.


Tõ que nem barata tonta.


I sort of lost my mind. Did anyone see it? david's mind? david's mind? whre are you, david'd mind?


quarta-feira, agosto 20, 2003


One thing that never was easy for me: doing one thing at a time. Another hard one: figuring out what to do first.

Now, I have...

A screenplay to write (amazing story, good client, great stuff, paying half my bills)
A short film to shoot (auditions for two characters next Friday, almost no money to do the job, happy for shooting fiction after almost ten years, no matter it is just a small project)
A documentary to make, write, think and finance (and so far, no $$, but all my enthusiasm)
Possibly a new writing (pay) job for TV (hopefully responding for the other half of my bills)
To study and play chess - after 25 years without it - because making the movie made me want to play again, and there is a tournament this weekend!
To make pictures to post on my fotolog
Another screenplay to write, which is not a paying job, but an idea of mine that I love andI definately should direct.

So, what comes first???


I'm doing this documentary with camera borrowed from friends, with a crew of two - photographer Rodrigo Monte and producer Ana Bartolo - and virtually no money. And we already have 20 hours of material. And lots of it is very cool material. Shooting continues, while I try to raise money. Because there's a limit on how far we can go without money, even in a documentary. There are people to interview who live in distant places. There are chess tournaments to shoot in distant places (ideally, even abroad). There's the need to do a good, multi-camera coverage of a mess.

But shooting contines anyway! Next September 4th we will be in Brasilia. Mecking will play a simultaneous exibition at the Airport. Later in September we will film the Zonal Tournament (in which Mecking will fight for one spot in the World Championship).

And I have to figure out a way to tell his amazing story, and to make it exciting and powerful for non-chess players.


sábado, agosto 16, 2003


Eu não estou com paciência para nada. e a minha filha quer brincar. "papai!"


Filming for the documentary continued, but I didn't have time to upload any photos. I already have more than 20 hours of material. Not bad. Next week I'll stop everything else to do another personal project, the short film "Nem As Maes Sao Felizes". It will be five minutes long and it's a chain of dialogue between women from the same family, basicaly saying to each other the same stuff they hear from each other. Hope it's fun.

I need to do something good, I need to do something funny, I need to make more money out of what I do. There are screenplays to be written, you know? but I also need to sleep better at night.


segunda-feira, maio 26, 2003


You can see pictures from the shooting at the movie's fotolog. More pictures will be added while we film. Soon a weblog will be created specifically to the project. Meanwhile, I'll tell you everything about this amazing documentary about chess and catholicism here.


My new documentary film started shooting last Saturday, at a very small, amateur chess tournament held in Rio de Janeiro, Brazil. The film is co-directed by me and Vicente Amorim, photographed by Rodrigo Monte, and it's still untitled. Here is what's it about:

Henrique Mecking was Brazilian chess champion at 14. A few years later, in the early 70`s, he was considered the only Western player besides Bobby Fischer strong enough to defeat the powerful soviet players. Mequinho, as he is known in Brazil, was third of the world in 1977. And in 1979 he vanished from chess world because of a misterious disease, only to be found later transfigured into a fundamentalist catholic who strongly believed a miracle from the Virgin saved his life. He enter the seminar and decides to become a theologist. Now, he is back to chess because Jesus himself told him he should play. According to him, it`s his religious mission to play chess so to be famous again and save more and more souls.


sábado, maio 17, 2003


Não bastasse ter feito Boogie Nights, o cara ainda fez Magnolia. Agora, isso. Filho da puta esse cara.


"Embriagado de Amor" (Punch-Drunk Love), de P.T. Anderson. Só digo o seguinte: que coisa.


sexta-feira, maio 16, 2003


Situação do projeto: Mequinho já está de acordo. Já localizamos várias pessoas que tiveram contato com ele em diversos momentos de sua vida. Mais uma ou duas semanas de pesquisa e começamos o roteiro. Primeiras filmagens com ele devem ser em junho.


Projeto de Documentário

O projeto consiste em realizar um documentário biográfico sobre o mais importante enxadrista brasileiro, Henrique da Costa Mecking,o Mequinho, um esportista único em nossa história, um prodígio que esteve entre os maiores do mundo em sua atividade e que teve sua carreira brilhante interrompida no auge por uma doença grave e quase sempre mortal. Nosso herói sai de cena, em 1979, e torna-se uma lenda, até que se descobre que ele por milagre se salvara da Miastenia Gravis e se convertera num dos mais entusiásticos adeptos da Renovação Carismática Católica. Publica um livro – “Como Jesus Mudou Minha Vida” – torna-se um devoto fervoroso de Nossa Senhora e de São Lourenço, passa a professar curas em missas campais. E agora tenta um espetacular e quase milagroso retorno aos torneios internacionais, colocando a sua fé inabalável a serviço da mais cerebral das atividades humanas, ao mesmo tempo em que espera, ao reconquistar os títulos e as glórias no tabuleiro, fazer do xadrez um veículo de evangelização. Além de traçar um detalhado perfil de um personagem único, o filme irá mostrar todo o mundo “invisível” do xadrez no Brasil e retratar o impressionante crescimento do movimento da Renovação Carismática Católica em nosso país.


quinta-feira, maio 15, 2003


Uns dois anos atrás inventei um projeto de filme chamado "Imagens de um Cinegrafista Amador". Escrevi o roteiro, orcei, meti nuns concursos mas não ganhei nenhum. Não sei se um dia farei o filme. Hoje achei a primeira anotação, que deu origem ao projeto. Era assim:

Tudo que eu vejo é o rosto suado e impassível de uma jovem negra contra uma parede áspera. Essa jovem negra, muito jovem e muito negra, é a babá de um menino de dois anos que ela irá afogar no lago do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Ou que já afogou, hoje mesmo, mais cedo. Ou que se afogará, amanhã ou depois. A imagem do rosto contra a parede crua é anterior e posterior à morte do menino e eu não sei em que momento estamos agora. Ela está a um ou dois dias, para frente ou para trás, do gesto, da corrida com o menino no colo, da água nos pulmões.

Nada do que Justina fez antes ou que viria fazer depois antecipa ou explica


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